sexta-feira, 12 de março de 2010

Angie


Quando eu acordei tinha uma flor no meu travesseiro, estava despetalada e eu só de samba canção. Estava sóbria como de costume e meu telefone tocando.

Fiquei sentada na cama, escrevi, respirei e me joguei no mundo, como todos os dias.Enquanto eu estava sentada o cheiro de café ia subindo e ninguém o levou lá na mesa para mim.

Coloquei minha roupa de Lycra e fui para a aula, alongamentos dolorosos, músculos cansados, olhos doídos, corações vazios e no bolso agora um pão de queijo.

Voltei para casa e ouvi de novo aquela música que é culpada pelo meu nome depois da adoção, nunca gostei tanto de um homem como gosto dessa música, ela fala demais sobre mim, em pensar que foram um homem bocudo e uma uva passa que escreveram, gosto deles assim, nunca me senti tão bem abraçada por outra pessoa quanto me sinto por estes dois aí, mesmo que eu nem os conheça.

Enquanto olho desconsolada para aquela foto, penso no passado, descubro-me, leio um poema e confesso que choro sozinha.

As luzes diminuem e minha respiração calma me ajuda a não cortar o dedo enquanto as cebolas são decepadas.

Me despeço de mais um dia com um beijo de minha mãe, deito e furo meu dedo nos espinhos daquela mesma rosa que me foi trazida por alguém que me insiste em lembrar que eu já errei.


"With no loving in our souls and no money in our coats

You can't say we're satisfied"



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